quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A PRIMEIRA MULHER CORONEL DA BRIGADA MILITAR


ZERO HORA 27/02/2018


Cris Lopes



Oficial, que está há 32 anos na corporação, foi graduada na última sexta-feira. Arquivo pessoal / Arquivo pessoal


Quem é a primeira mulher a chegar ao posto de coronel em 180 anos de Brigada Militar. Ana Maria Haas é natural de Novo Hamburgo e comanda interinamente os órgãos de polícia especial


Pioneirismo. Essa é uma palavra que marca a trajetória de Ana Maria Hass. A carreira da policial militar graduada na sexta-feira (23) como a primeira coronel da Brigada Militar em 180 anos é repleta de atos até então não conquistados por mulheres: desde as mudanças no quadro de formaturas, inserção do sexo feminino em batalhões e comando de equipes.


Aos 55 anos, Ana, hamburguense de nascimento mas moradora da Capital atualmente, está desde janeiro de 2017 comandando interinamente os Órgãos de Polícia Especial, formados pelos batalhões de Polícia Fazendária, de Aviação, de Guarda, de Supervisão de Vigilância e Guarda, além da força-tarefa no Presídio Central e na Penitenciária do Jacuí.


— A promoção representa a conquista de todas as mulheres brigadianas, em especial as pioneiras da 1ª Companhia Policial Militar Feminina — conta, referindo-se às colegas que ingressaram no primeiro curso de oficiais mulheres, em fevereiro de 1986, concluído em julho de 1987.


Fomos rompendo barreiras, mostrando que, com nossa experiência, é possível chegar em altos postos da corporação. Tudo no dia a dia do policiamento.



Dez anos depois, quando se tornou capitã, o quadro da Brigada Militar passou a ser unificado, não sendo apenas formado por integrantes dos dois sexos. Quatro anos depois, Ana foi promovida a major e passou a comandar a Escola de Educação Física da corporação. Durante os 32 anos na BM, a oficial passou por três batalhões na Capital e trabalhou com as colegas na criação das primeiras companhias femininas em Porto Alegre e no Interior:


— Fomos rompendo barreiras, mostrando que, com nossa experiência, é possível chegar em altos postos da corporação. Tudo no dia a dia do policiamento.


Para a oficial, ser mulher e chegar ao posto de coronel pode impulsionar a entrada de outras mulheres na Brigada.


— Nosso exemplo irá trazer outras mulheres para a corporação — reflete.


Atualmente, há duas oficiais, formadas na mesma turma da coronel Ana que poderão chegar ao mesmo posto. Outra policial, da segunda turma feminina de policiais, também poderá chegar ao posto.

domingo, 19 de junho de 2016

O RESGATE DA HISTÓRIA GLORIOSA DA BRIGADA MILITAR





 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO MUSEU DA BRIGADA MILITAR


O Cel Jerônimo Braga informa que a Associação Amigos do Museu da Brigada Militar faz um grande esforço no sentido de manter o site www.aambm.org.br, para publicar em acesso livre, toda a documentação, livros e boletins especiais que tratam da história da BM e do RS, para tanto precisa de apoio de voluntários, para as despesas de ocerização do material e manutenção do site (conversão de imagens em imagens pesquisáveis para permitir pesquisar palavras no conteúdo das imagens).

As reuniões são no Museu todas as quartas-feiras à tarde e as colaborações podem ser depositadas em nossa conta no Sicredi, nº 44580, CNPJ 10833383/0001-32. Aos colaboradores apresentamos balanço mensal de nossa movimentação.

  www.aambm.org.br


 COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando servi no EMBM construimos o plano estratégico situacional da Brigada Militar e entre seus objetivos estava a necessidade de implementar o marketing institucional para difundir a história, a estrutura, as missões, o policiamento ostensivo preventivo e as operações da Brigada Militar e sua importância nos contextos social, político e jurídico. A grandiosidade e a complexidade das tarefas da Brigada Militar são pouco conhecida no interior do RS e até no Brasil, tanto no ambiente político como judicial e comunitário, onde a presença e a confiança na BM são medidas na postura e nas ações dos comandantes e policiais locais. Daí a necessidade de aprimorar o Museu de Brigada Militar e promover ações de marketing institucional para difundir o que é a Brigada Militar e sua importância social para os gaúchos e brasileiros.

domingo, 23 de março de 2014

O QUARTO POSTO E A GUABIROBA











Luiz Carlos Marques Pinheiro 



Ano 1935. Na década de ’30 o Fragata era o melhor bairro de Pelotas, o bairro que mais crescia e o mais badalado. No coração do Fragata estava situado o Parque Sousa Soares, o ponto mais famoso e de maior atração da cidade, especialmente nos fins de semana. O Fragata era o bairro mais populoso e movimentado da cidade pela presença do prado, do cemitério, do parque Ritter com suas retretas aos domingos e o seu “bosque Champs Elisée”, do parque Souza Soares, a maravilha de recreação para toda a família. O Parque dava frente para a Av.Gal.Daltro Filho (hoje Av.Duque de Caxias), a principal via de acesso do bairro e via de saída para Jaguarão e Bagé.

O Parque se tornou tão importante na vida da cidade que os seus freqüentadores, a classe média-alta, exigiram que a Light & Power, administradora do sistema de bondes, desviasse os trilhos para dentro do Parque, para maior comodidade dos seus usuários. Na extremidade esquerda do Parque havia uma entrada, uma estradinha de terra, chamada de Estrada da Guabiroba, que dava acesso aos terrenos localizados depois do parque.

Como o parque era o “point” da cidade, todos os terrenos que se localizavam na estrada da Guabiroba, de frente para o parque, ficaram muito valorizados, com uma grande procura pelos ricos de Pelotas. Os ricos compravam os terrenos para construir chácaras. Era um luxo só! Ter uma casa na cidade e uma chácara a 5 km. de distância. Sossego, tranqüilidade, intimidade, ausência de vizinhos...Um lugar excelente para se passar um final de semana reunido com a família. Bastava um casal de caseiros e as chácaras proporcionavam desfrutar de árvores frutíferas, canteiros com flores, canteiros com temperos, criação de porcos e de galinhas.

Ah! As galinhas! Não só davam os ovos para os doces, como davam as penas, para os acolchoados e travesseiros. E, principalmente, davam a carne e o sangue para fazer a maravilhosa “galinha a molho pardo”. As chácaras proporcionavam ainda, como sub-produto, o abastecimento da casa da cidade com frutas, flores e temperos.

Possuir uma chácara no Parque era um atestado público de riqueza. Como eram casas para o final-de-semana, não eram muito grandes, mas muito confortáveis, mesmo assim. Os ricos se tratam bem...Algumas eram térreas; outras, assobradadas.

As senhoras ricas se esmeravam nos cuidados com os jardins. Afinal de contas, os jardins iriam proporcionar as flores para enfeitar a casa. 6 É claro que, visto com olhos de hoje, a vida não era tão fácil assim. Apenas para dar uma pálida idéia: não havia luz elétrica, era lampião a querosene (eram necessários vários, em uma casa); não havia telefone; não havia geladeira, chamava-se frigorífico e era abastecido com pedras de gelo, de fornecimento irregular; o fogão era a lenha, com o reforço de um fogareiro a carvão e um fogareiro “Primus” de pressão, a querosene, para as coisas mais rápidas; o ferro de passar roupa era a carvão; a água para beber tinha que ser filtrada em filtro de barro; e por aí vai. Para o frio, a solução era a clássica: uma boa lareira, com nó de pinho.

A água do banho era aquecida por um aquecedor cilíndrico, de latão, instalado na parede do banheiro, acima da banheira. A parte superior do aquecedor era o reservatório de água. Na parte inferior se colocava jornal para queimar. Havia um pequeno receptáculo, onde se colocava álcool e tocava fogo. No Rio de Janeiro já havia o aquecimento a gás encanado, mas o Fragata não tinha gás...

Uns poucos usavam o sistema de serpentina, que é um sistema de tubulações que aproveita o calor gerado pelo fogão a lenha para aquecer a água do banho. Os encanamentos serviam apenas a parte térrea das casas. Na parte superior dos sobrados não havia encanamentos, portanto, o banheiro tinha que ficar no térreo. Eu digo “o banheiro”, porque só havia um em cada casa. 

O rádio era ligado somente à noite. Como não havia luz elétrica, os rádios funcionavam com bateria. E, para não gastar bateria, somente ligavam o rádio à noite, principalmente para ouvir a “Voz do Brasil”. A Voz do Brasil era fundamental para manter-se informado sobre as notícias do Brasil, porque jornal muito pouca gente comprava; era preciso fazer economia. Não havia rede coletora de esgoto. Os dejetos do banheiro e a água com gordura da cozinha eram canalizados para fossas sépticas no quintal, profundas e separadas. A fossa dos dejetos era chamada popularmente de “poço negro”. A água do banho e da pia do banheiro eram canalizadas para a rua, para uma  vala a céu aberto ao longo da Estrada da Guabiroba, por onde também corria a água da chuva. Como não havia lixeiro, o lixo seco era queimado no quintal. Eles sabiam que se mantivessem bem limpo o entorno da casa seria remota a possibilidade do aparecimento de ratos.

Mas os ricos não achavam ruim, porque não conheciam outra realidade. Para eles era normal. Não existia nada melhor no mundo que eles pudessem comprar. E assim eram felizes... 

Esse padrão de desconforto se manteve inalterado em toda a década de ’40. Primeiro, porque o Brasil enfrentou uma II Guerra Mundial; depois, porque o pós-guerra, de 1946 em diante, foi extremamente difícil para o Brasil. Somente após 1950 Pelotas começa a dar sinais de que é possível ter acesso a um padrão mais confortável. Lentamente, tem início a industrialização, a 7 modernização urbana e a migração do campo para as cidades, que foram fatores determinantes para a modernização de Pelotas.

Mas o grande salto de qualidade em Pelotas somente foi dado a partir de 1958, quando se instalam, então, os conceitos de cidade moderna, acompanhando, mais ou menos, o que acontecia no Brasil. Com o tempo, ao longo da estrada da Guabiroba, depois do parque, começaram a surgir algumas construções, já com o espírito de residência definitiva. E esses moradores ficaram conhecendo o outro lado do parque. Apenas para que se tenha um parâmetro, em 1947 só havia 1.289 residências em todo o Fragata, distribuídas entre as inúmeras vilas que compunham o bairro.

Morar no parque significava ter que pegar o bonde todos os dias, na avenida. Ou seja, caminhar pela estrada de terra uns trezentos metros ou mais. Nos dias secos, era só uma pequena caminhada. Mas na época das chuvas - dias a fio chovendo - a estrada virava um barro só. E os moradores tinham que andar no barro até a avenida pra pegar o bonde. Para os ricos o acesso era bem mais fácil, porque era feito por automóvel. O bonde era o único meio de transporte em Pelotas; não havia outra alternativa. Estranhamente, a bicicleta não caiu no agrado dos pelotenses e nunca foi considerada um meio de transporte, a despeito de a cidade ser extremamente plana, propícia para o seu uso.

A volta para casa era à noite, e não havia luz elétrica na estradinha. Era preciso andar com lanterna até chegar em casa. No inverno, nos dias chuvosos, se chegava em casa todo embarrado. Esse fato acabou criando um hábito curioso nos moradores residentes. Ninguém saía de casa à noite; ficavam todos em casa. Como compensação, todos os solteiros saíam de casa no sábado à noite, para descontar os dias fechados em casa. Os casados, estes não faziam questão, tinham companhia, e sempre era possível sair para pegar um cineminha. Não adiantava se arrepender. Como as casas eram próprias, ficava mais difícil se mudar.

Em 1935, o meu pai tinha 21 anos e morava com a mãe viúva, e cinco irmãos, na Guabiroba, na chácara. A minha mãe morava do outro lado da avenida Daltro Filho, em frente ao parque, com os pais e cinco irmãos, numa fileira de nove casas que o meu avô materno tinha mandado construir. Ali eles se conheceram, namoraram, casaram em 1939, e eu nasci em 1940.

O 4º Posto. Na esquina da Av.Gal. Daltro Filho com a Estrada da Guabiroba, em frente ao parque, ficava o 4º Posto da Brigada Militar. Única e solitária presença do Poder Público no bairro. O 4º Posto era uma referência em todo o bairro do Fragata. Todo mundo corria para o Posto quando tivesse uma necessidade. O Posto era a solução para todos os problemas. Principalmente porque era o único lugar em toda a redondeza que tinha telefone. Quem precisasse de um telefone corria para o posto.

Na prática, o Posto funcionava como uma extensão da Companhia Telefônica. Todas as emergências eram socorridas pelo Posto. O pedido de uma ambulância, ou do carro de bombeiros, era feito no posto. Na verdade, acabava sendo a ocupação principal dos brigadianos.
Roubos não havia, salvo os de galinha. Aliás, ficou famosa a expressão “ladrão de galinha”, para se referir a um ladrão mixuruca. A palavra “assalto” não existia na época. As ocorrências policiais eram apenas as de desordem provocadas por bêbados e desavença entre vizinhos. Só. 

Não havia possibilidade de fazer policiamento ostensivo. O número de policiais era muito limitado. Dessa forma as funções ficavam circunscritas ao ambiente interno do posto e ao atendimento às pequenas ocorrências. No entanto, o Fragata todo tinha muito respeito pelo Posto e pelos brigadianos, pela ação comunitária que faziam. Era motivo, até, de orgulho para o bairro, poder contar com um Posto da Brigada.


Fonte: A PELOTAS QUE EU VIVI  
http://pelotascronicasurbanas.files.wordpress.com/2013/03/o-livro_edicao-consolidada.pdf


Matéria apontada por Rogério Brodbeck e fonte indicada por Alberto Afonso Landa Camargo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

OS ABAS LARGAS



Projeto prevê restauração de raro longa-metragem filmado na região de Santa Maria nos anos 1960 - MARILICE DARONCO | SANTA MARIA, SEGUNDO CADERNO, ZERO HORA 27/07/2011

Verdadeiro mito do cinema da região de Santa Maria – pois não pode ser visto desde os anos 1960 –, o longa-metragem Os Abas Largas deve sair do limbo. O filme é uma produção carioca rodada em 1962 em Santa Maria e Itaara, então distrito santa-mariense. O presente do aniversário de 50 anos pode ser a restauração da única cópia em 35mm da produção que restou.

Um grupo diversificado luta pelo restauro há sete anos. Recentemente, um passo importante foi dado, estabelecendo contato com as herdeiras do filme, nos EUA – é que, sem autorização das filhas do diretor, Sanin Cherques, não é permitido mexer no material. Por isso, no ano passado, o filme não pôde ser restaurado pela Cinemateca Brasileira (SP), onde está a cópia.

Desde 2004, Therezinha Pires Santos, a viúva do ator santa-mariense Edmundo Cardoso, e Gilda Cardoso Santos, filha dele, começaram a batalhar pela recuperação do filme. Hoje, a equipe pró-restauração de Os Abas Largas conta também com o comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), coronel Wladimir Comassetto, a especialista em museologia do Centro Histórico Coronel Pillar (CHCP), Giane Escobar, a coordenadora do arquivo do CHCP, Maria Candida Skrebsky, e a produtora do Santa Maria Vídeo e Cinema, Juliane Fossatti.

– As herdeiras se mostraram dispostas a autorizar a restauração. Estamos esperando os documentos – afirma Therezinha.

Além dos 50 anos do longa, a Brigada Militar tem outro motivo especial para a restauração. Em 10 de novembro, o 1º RPMon completa 120 anos. Os Abas Largas teve roteiro inspirado no 1º Regimento de Polícia Rural Montada (1955 – 1974), com sede em Santa Maria e cujo efetivo usava chapéus de abas largas. Muitos policiais trabalharam como atores.

– O filme também é um documento histórico – aponta Maria Candida. – Naquela época, o governo do Estado queria propagandear seus costumes, seus valores e sua gente. Daí mostrar a Brigada Militar, com sua Polícia Rural Montada.

O coordenador de preservação da Cinemateca Brasileira, Millard Schisler, conta que a cópia foi levada para a instituição em 1989 pela extinta Lupa Filmes, de Cherques:

– A restauração é urgente. Há rolos de negativo de imagem que estão em bom estado, mas outros estão precários.

Assim que estiver com a autorização em mãos, a equipe pretende inscrever o projeto em editais públicos. São necessários cerca de R$ 100 mil para a restauração e R$ 80 mil para se fazer cópias em DVD, que serão distribuídas em escolas e instituições de Santa Maria.

Pouco se sabe de concreto sobre a trama, já que, há quase cinco décadas, o filme não é visto. A sinopse na Cinemateca Nacional diz apenas: “Exaltação da Brigada Militar, montada no Rio Grande do Sul”. Sabe-se que Os Abas Largas traz cenas de perseguição entre policiais e abigeatários. Depois que a quadrilha é presa, o longa termina com um desfile militar.

Fala-se que a trama reserva uma história de amor. Seria verdade? A partir da restauração, ela poderá ser recuperada.



Quem são os Abas Largas

Até hoje, o 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) é conhecido como Regimento Aba Larga. Deve-se ao fato de ter surgido a partir do Regimento de Polícia Rural Montada (1955 – 1974), em uma época na qual o policiamento do interior do Estado ficava a cargo da Brigada Militar de Santa Maria. Em 1961, o grupo ganhou este nome e teve o efetivo e a zona de atuação diminuídos, com a criação de dois outros regimentos de polícia montada.

Santa Maria em cena

> Ator e teatrólogo, Edmundo Cardoso (1917 – 2002) é conhecido dos santa-marienses graças a curtas e documentários sobre a cidade. Os Abas Largas é o único longa em que ele pode ser visto – se a restauração der certo. No filme, o ator comanda o grupo dos ladrões de gado que é perseguido pelos policiais.

> “Meu pai era uma referência na comunidade, recebeu a produção durante as filmagens. Lembro de assistir a alguns testes. Muita gente na cidade queria participar. Ele fazia questão de fotografar tudo, por isso há tantos registros guardados”, diz Gilda May Cardoso Santos, filha de Edmundo com Edna May Cardoso, sua primeira mulher, que também fez parte do filme.

> Em uma época na qual, segundo os cartazes do filme, “os homens sabiam lutar e as mulheres sabiam amar”, o cinema era uma novidade para a comunidade local. A possibilidade de participar do projeto levou muitos interessados para a seleção de elenco, que foi feita no Clube Caixeiral.

> O papel de mocinha do filme ficou com Irene Kowalczyck, que adotou o sobrenome artístico Kowak. Ela morava em Porto Alegre e era a vencedora do concurso de Mais Bela Comerciária em 1961. Desbancou uma atriz carioca que já estava escalada quando um produtor viu sua foto e a achou parecida com Elizabeth Taylor. O mocinho da trama foi o galã Sérgio Roberto. Conheça os personagens:

- Sérgio Roberto: interpreta Florêncio (galã e o mocinho, era um dos policiais conhecidos como Abas Largas)
- Irene Kowak (Kowalczyck): Mercedes (a mocinha, namora o galã de Florêncio)
- Edmundo Cardoso: Ricardo (fazendeiro que liderava a quadrilha de abigeato)
- Dimas Costa: Nicácio (sargento)
- Edna May Cardoso: Cassinha (fazendeira)
- Jorge Karan: Caburé (um dos contrabandistas)
- João Teixeira Porto: Garcia (fazendeiro que comprava gado roubado)
- Agenor Peretti: Gastão (fazendeiro)


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CORPO POLICIAL - A ORIGEM DA BRIGADA MILITAR

O Ano é 1837. A Revolução Farroupilha, eclodida em 20/09/1835, já tinha dois anos de duração.

O Governador da Província, Marechal de campo ANTONIO ELZIÁRIO DE MIRANDA E BRITO, cria o CORPO POLICIAL com 19 oficiais e 344 praças. Este corpo só foi organizado efetivamente em 18 de maio de 1841. A nova corporação foi instalada no quartel do Batalhão de Caçadores nº 11 e o Comando foi dado ao Tenente Coronel QUINTILIANO JOSÉ DE MOURA.

Na missão constava ter por fim "auxiliar as Justiças, manter a boa ordem, a segurança pública assim na Capital, e seus subúrbios, como nas Comarcas por Destacamentos, não podendo ser distraídas deste serviço, excepto no caso de invasão de inimigos."

Diretamente subordinada ao Presidente da Província, sua organização, disciplina e vencimentos éram os mesmos da tropa de primeira linha.

Devido à revolução em pleno andamento e aos baixos soldos oferecidos , o governo teve dificuldades em recrutar efetivos para a nova força.

Em 12 de julho de 1849, recebeu a missão especial de impedir o desembarque de navios negreiros no litoral de Tramandaí.



FONTE: Mariante, helio moro - Crônica da Brigada Militar - Imprensa Oficial Editora, 1972.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

DA SEDIÇÃO FARROUPILHA À ATIVIDADE DE POLÍCIA PREVENTIVA


A história da Brigada Militar está intimamente ligada à história nacional, desde a Revolução Farroupilha, iniciada em 1835. Para a defesa de Porto Alegre, foi criada a FORÇA POLICIAL da então da Província do Rio Grande de São Pedro, integrante do Império do Brasil, através da Lei Provincial nº 7, de 18 de novembro de 1837 .

Em 05 de maio de 1841 a Força Policial, que até então não havia atuado, foi substituída pelo CORPO POLICIAL, que iniciou atividades de policiamento a partir de 14 de junho do mesmo ano, já então contando com ex-combatentes da força farrapa anistiados pelo Império.

A Corporação teve participação na Guerra do Paraguai, quando sessenta praças foram incorporados ao Exército Imperial, recebendo a designação de 9º de Voluntários da Pátria e, posteriormente, de 39º de Voluntários da Pátria. Participou ativamente nos combates de Tuiuti, Avaí, nas ações de Estero Belaco, Passo da Pátria, Tuiu-Cuê, Humaitá, Suruí, Agostura e Lomas Valentinas, e outras refregas de menor expressão.


O Corpo Policial foi extinto em 26 de abril de 1873, e, em seu lugar, foi criada a FORÇA POLICIAL, que conservou suas características militares, mas sofreu diversas modificações estruturais.

Mais tarde, com a proclamação da República, a força pública rio-grandense precisou adaptar-se aos novos tempos que surgiam. Assim, em 26 de dezembro de 1889, a Força Policial foi substituída pela GUARDA CÍVICA DO ESTADO, que possuía a missão de zelar pela ordem pública. Além da manutenção da ordem, a Guarda Cívica atuou nos conflitos armados havidos não só no RS, mas em outros estados do Brasil.

Em 28 de março de 1892 uma junta governativa assumiu o governo e passou para a história com o nome de “governicho”. Esta junta decretou a reorganização da Guarda Cívica que retomou o nome de CORPO POLICIAL. Em seguida, em 06 de junho de mesmo ano, uma outra junta governativa assumiu o governo, tendo à testa o Visconde de Pelotas, que dissolveu o Corpo Policial criou uma BRIGADA POLICIAL que teve curta duração, assim como a junta governativa. Quando Júlio de Castilhos reassumiu a presidência do Estado, em 17 de junho de 1892, a milícia gaúcha voltou a ser chamada de GUARDA CÍVICA, que mais uma vez teve duração efêmera.

Finalmente, em 15 de outubro de 1892, foi extinta a Guarda Cívica e criada a BRIGADA MILITAR, com a função de “zelar pela segurança pública, manutenção da República e do Governo do Estado, fazendo respeitar a ordem e executar as leis”.
A Brigada Militar teve participação significativa nas revoluções Federalista; Assisista (1923); de 1924 (São Paulo); acompanhamento da Coluna Prestes até o norte do país; Revolução de 3 de outubro de 1930, Revolução Constitucionalista (1932) e na Campanha da Legalidade.

A partir da publicação do Decreto-Lei Nº 667, de 2 de julho de 1969, que reorganizou as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros e Distrito Federal, estas corporações passam a ser consideradas forças auxiliares, reserva do Exército Brasileiro e a missão da Brigada Militar passa a ser a de realizar com exclusividade o policiamento ostensivo, em cujo emprego o homem ou fração usada sejam identificados de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública.

Com a Constituição de 1988, a Brigada Militar, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, e junto com as demais forças policiais do Brasil, recebeu a incumbência de da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, cabendo a ela o exercício da polícia ostensiva e da execução de atividades de defesa civil.

Fonte: Brigada Militar - http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/historia/historico.asp